Segunda Guerra Mundial

Introdução:

 A Primeira Guerra Mundial terminou deixando feridas enormes nas relações internacionais. Enquanto um país se beneficiava muito com o resultado da guerra (EUA), outros sofriam um prejuízo imenso, tanto econômico, quanto ideológico.
O Império Austro-húngaro foi dividido em diversos outros países (Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia) justamente para separar a Alemanha o máximo do território russo.
A Alemanha foi a que mais saiu prejudicada nesta guerra, tendo que assumir total responsabilidade de um conflito iniciado pela Sérvia segundo o Tratado de Versalhes. Sendo assim, a Alemanha perdeu muitos territórios (a região da Alsácia-Lorena passou a ser território da França; as cidades de Eupen e Malmedy passaram a pertencer a Bélgica; a Dinamarca recebeu a região norte de Schleswig; a Renânia foi desmilitarizada; e a Polônia recebeu partes da Prússia Ocidental e da Silésia; entre outras perdas). A Alemanha também foi proibida de investir na indústria bélica, e teve de pagar dívidas altíssimas a França e a Inglaterra.
O revanchismo crescia forte entre as nações europeias, as ideologias expansionistas proliferavam fortemente na Europa, tudo apontava diretamente para um novo conflito bélico muito semelhante ao anterior.

Causas da guerra:

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  Depois da Primeira Guerra Mundial, a Europa estava vivendo um momento de restauração econômica e territorial, principalmente para os países que saíram prejudicados deste conflito (destaca-se a Alemanha).
Ao mesmo tempo, diversos regimes totalitários (regimes antiliberais e imperialistas no qual todo o poder é concentrado nas mãos de um governante), estavam surgindo na Europa, comprometendo-se em resgatar todo o país da grande crise que assolava toda a Europa após a grande guerra (que piorou após os desdobramentos da crise de 1929).
Esses regimes antidemocráticos, antiliberais, militaristas, protecionistas e nacionalistas denominados fascistas, começaram a impor suas ideologias expansionistas, e suas doutrinas preconceituosas, manipulando boa parte da população.

A Crise de 1929:

A economia norte americana deu um grande salto após o final da Primeira Guerra Mundial, isso triplicou seus meios de produção. Porém, os países da Europa (os quais tinham grandes relações comerciais com o EUA) ainda estavam se recuperando da crise pós guerra, sendo assim, muitos cortaram as relações comerciais com o EUA.
As indústrias norte americanas, estavam sofrendo um processo de superprodução (produziam mais do que vendiam), isso culminou em diversas falências e desemprego. Em 1929, houve uma brusca queda na bolsa de valores o que empobreceu boa parte da população e afetou completamente a economia dos países capitalistas.
A crise de 1929 contribuiu muito para a formação desses regimes fascistas, pois a crise não afetou apenas os EUA, mas sim todo o bloco capitalista, prejudicando fortemente os países Europeus, onde se passou todo o cenário da Primeira Guerra. A Alemanha já prejudicada, sofreu uma onda de desemprego em massa devido à crise, o que a empurrou diretamente ao Regime Nazista.
Um dos maiores problemas do capitalismo, é que se a economia de um país é afetada, o mesmo ocorre com os outros, devido as relações comerciais. A crise é uma forte característica do capitalismo.

Regimes Fascistas:

O termo “Fascismo” surgiu na Itália no ano de 1919, quando Benito Mussolini inicia um movimento político composto por unidades de combate. Em 1922 Mussolini toma o poder da Itália e instala em seu governo um regime totalitário fascista.
Na Alemanha, Adolf Hitler funda o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (abreviação alemã de Nazi), que toma um grande apoio popular. Amedrontado, o presidente oferece a Hitler o cargo de Chanceler, em 1934 com a morte do mesmo, Hitler assume o cargo máximo. Como sua primeira medida, Hitler cria o Terceiro Reich (império) e se proclama Führer (líder em Alemão), dando fim a República de Weimar, e dando início a Alemanha Nazista.
As ideias nazifascistas proliferavam-se no cenário mundial. Na Itália fixou-se o fascismo; em Portugal, o salazarismo; na Espanha, o franquismo; na Alemanha, o nazismo; e no Brasil, predominava um governo com características fascistas, o Getulismo.

A Expansão Alemã:

 Em 1935, a Alemanha, Itália e o Japão se uniram e formaram uma aliança que ficou conhecida como Forças do Eixo, ambos os países investiram fortemente na indústria bélica, preparando tudo para um processo de expansão. A Alemanha violou o Tratado de Versalhes, fabricando armamento em massa (o que gerou muito emprego para a população) e alistando grande parte dos alemães para as forças armadas.
 Em 1936 Hitler militarizou novamente a região da Renânia, e assim com todos os preparativos, a Alemanha começou o seu processo de expansão por volta de 1938, dominando os territórios perdidos após a Primeira Guerra Mundial como a Prússia Oriental.
 Hitler domina a Áustria, e divide a Tchecoslováquia com a Conferencia de Munique, tomando 30% do seu território, assim como mostra o mapa a seguir:

A perseguição nazista:

 Além da perseguição a grupos opositores ao regime, os nazistas também perseguiam outros grupos sociais minoritários, simplesmente por questões ideológicas e pretextos políticos. Esses grupos foram perseguidos e trancafiados em campos de concentração, muitos foram executados. Dentre os grupos sociais podemos destacar: ciganos, deficientes físicos e mentais, alguns povos eslavos, comunistas, socialistas, testemunhas de Jeová, homossexuais e principalmente judeus, que foram exterminados sistematicamente levando a um episódio sangrento na história da humanidade: o Holocausto.
  A vida nos campos de concentração era a pior possível (pior que uma prisão de segurança máxima). As pessoas trancafiadas (mulheres, homens e crianças) eram separadas de suas famílias, torturadas, incineradas, esquartejadas, exterminadas (das piores formas possíveis, seja em câmara de gás, fuzilamento, etc.) e se não eram mortas por execuções eram mortas por doenças (principalmente por tuberculose), desnutrição ou por diversas outras formas.
 O holocausto se tornou o maior símbolo de opressão durante a Segunda Guerra Mundial, e é por isso que os nazistas levam o destaque quando nos referimos a regimes fascistas. O holocausto foi um dos maiores motivos para que hoje o nazismo seja um crime perverso contra a humanidade.

A Expansão Japonesa:

Em 1858, o Japão era um país que não comercializava com nenhum outro país, e no mesmo ano, a esquadria de guerra norte americana invadiu Tóquio para obrigar o Japão a comercializar com o EUA, com a França, com a Inglaterra com o Império Russo e com a Holanda. Este foi um dos motivos que contribuíram para que as relações entre esses dois países se tornassem um tanto conflituosas ao longo dos anos que se sucederam.
O território japonês é localizado no encontro de três placas tectônicas, portanto, todo o território é constituído de rocha vulcânica. Sendo assim, nunca houveram recursos minerais suficientes a serem explorados naquela região. A população japonesa passou a crescer rapidamente em um território com poucos recursos minerais. Isso era algo preocupante para a economia japonesa, que se viu em uma situação de carência de recursos energéticos.
Para restaurar sua economia que já se tornara frágil, em 1901 o Japão começou a investir fortemente na indústria bélica e a partir de 1905 iniciou seu processo de expansão dominando regiões pertencentes a atual Coréia do Norte, partes da costa da China e expandindo o Mar do Japão. O expansionismo e o forte imperialismo japonês passou a preocupar muito os EUA.
Em 1935 o Japão, que ainda continuava seu processo de expansão e exploração de recursos naturais, se alia ao lado das forças do Eixo, ambos possuíam as mesmas ideologias expansionistas. O mapa a seguir mostra a evolução expansionista japonesa no leste asiático durante a guerra:

A eclosão da Guerra:

  Em 1939, a Alemanha assina o Tratado Ribentrop-Molotov com a URSS, no qual definia 5 anos de paz mútua entre os dois e repartições territoriais importantes para ambos, destacando-se a Polônia.
 No primeiro dia de setembro de 1939, um encouraçado alemão abre fogo contra as guarnições polonesas. Poucas horas depois, tropas nazistas já avançavam pelo território polonês pelo Norte e pelo Sul.
A invasão na Polônia foi considerado o marco inicial da Segunda Guerra Mundial, pois logo depois, no dia 3 de setembro, a França, o Reino Unido, o Canadá, a Nova Zelândia e a Austrália declararam guerra aos nazistas.
 Ao lado da URSS, a Alemanha dominou a Polônia e dividiu parte do seu território com a União Soviética.

A Alemanha estava crescendo muito no contingente europeu, e o Japão, expandia ainda mais seu território no leste asiático, ocupando toda a parte setentrional da China.
 A partir de 1940, alguns dos territórios perdidos pelo Império Russo na Primeira Guerra Mundial (Estônia, Lituânia, Letônia e parte da Finlândia), foram incorporados a União Soviética, como mostra no mapa ao lado.

 No mesmo ano, além da Polônia, os nazistas já ocupavam a Dinamarca, os Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Noruega e a parte norte da França (pois no sul estabeleceu-se um Regime Fantoche).
 O Japão continuava seu processo de expansão, porém, devido ao ataque de tropas japonesas à base norte-americana de Pearl Harbor no Hawaí na manhã do dia 7 de Dezembro de 1941, o Japão acaba trazendo um arqui-inimigo poderoso para a guerra, os EUA.
A entrada do EUA na Segunda Guerra Mundial fortaleceu ainda mais os Aliados e contribuiu para o recuo das tropas do Eixo.
 O acordo entre a Alemanha e a URSS havia sido descoberto pelo serviço secreto dos EUA, e então, não restando outra opção para a Alemanha, em 1941, tropas Nazistas avançam as fronteiras soviéticas.
 Em 1942, o Eixo já havia ocupado grande parte da Europa. A Alemanha já havia dominado a Yugoslávia, Grécia, Eslováquia, Lituânia, Letônia, Estônia e uma parte a URSS (até as proximidades de Moscou).
 Em 1943, soviéticos derrubam o cerco de Leningrado, mediante a sangrentas batalhas de blindados e infantaria. Em junho do mesmo ano, ocorre um desembarque de tropas aliadas na Sicília (ilha no sudoeste da península itálica), no qual participa-se a FEB (Força Expedicionária Brasileira). A figura abaixo, mostra o avanço das tropas do Eixo ao longo dos anos no território Europeu:

O Desfecho da guerra:

Desembarque na costa da Normandia (França)
marcando o "Dia D".

 As tropas soviéticas avançavam pelo Leste da Europa, lançando uma poderosa ofensiva contra os nazistas, e de outro lado, avançavam as tropas dos países Aliados, fazendo as tropas do Eixo recuar.
 No dia 6 de junho de 1944 foi marcado um dia conhecido como o “Dia D” (dia decisivo), episódio no qual, tropas aliadas desembarcam na costa da Normandia (noroeste da França), começando enfim, o processo de restauração do território francês, expulsando as tropas nazistas invasoras.
 Á partir do "Dia D" e com a entrada do EUA no conflito, a guerra já estava definida. Sendo assim, entre os dias 4 e 11 de Fevereiro de 1945, ocorreu a Conferencia de Ialta (ou Yalta), no qual consistia em uma série de reuniões entre diversos líderes dos países aliados em Ialta (Criméia). No dia 11 de fevereiro de 1945, os chefes de governo da União Soviética (Josef Stalin), dos Estados Unidos (Franklin D. Roosevelt), e o primeiro-ministro do Reino Unido (Winston Churchill) reuniram-se secretamente, para decidir o final da guerra e discutir a repartição das zonas de influência (capitalista e comunista) entre o Oeste e o Leste, ambos assinam os acordos com os objetivos de assegurar um fim rápido à guerra e a estabilidade do mundo após a vitória final. 
  Uma grande mobilização de tropas soviéticas ultrapassavam as fronteiras alemães em direção a Berlim, este era o colapso final do Terceiro Reich.
 Meses depois, especificamente no dia 30 de Abril de 1945, vendo que não havia mais alternativa para a Alemanha, o líder Adolf Hitler teoricamente comete suicídio. Dois dias depois, a URSS ergue a bandeira vermelha com a foice e o martelo no alto do prédio do Reichtag em Berlim (coração da Alemanha). No mesmo dia, as emissoras britânicas de rádio interromperam a sua programação com o anúncio:

“Berlim caiu. O marechal Josef Estaline acaba de anunciar a ocupação completa da capital da Alemanha, Berlim, a capital do imperialismo germânico e da agressão”

 Mas isso não marcou o fim da guerra, pois ainda faltava um país das forças do Eixo a se render, o Japão.
 A guerra no extremo oriente continuava a toda, as tropas japonesas que já haviam conquistado boa parte do território chinês, da Indonésia e das Filipinas, agora, recuavam em direção ao seu arquipélago, de um lado avançavam os Soviéticos, e de outro avançava as tropas norte-americanas.

Para forçar a rendição japonesa, os EUA tomam uma decisão brutal, e em agosto de 1945, o governo norte americano lança desnecessariamente uma bomba nuclear, atingindo a cidade de Hiroshima (matando mais de 100 mil pessoas), não tendo resposta, uma segunda bomba é lançada, destroçando a cidade de Nagasaki (e levando mais de 150 mil vidas). Tal ato desumano, teve o objetivo também de demonstrar a URSS a "superioridade" norte americana, marcando enfim, o ponto final da Segunda Guerra Mundial.

O mundo pós guerra:

  A guerra destruiu milhares cidades, devastou toda a Europa e mudou completamente a configuração mundial. Importantes relíquias e arquivos históricos foram perdidos durante os bombardeios deste conflito. O sistema colonial europeu desmoronou rapidamente, levando ao surgimento de diversos países independentes, tanto na África quanto na Ásia.

 Dois meses após o desfecho da guerra, foi criada a ONU (Organização das Nações Unidas), que tem como o principal objetivo manter a paz entre todas as nações, para evitar que ocorresse um novo conflito como o anterior.
 Após a Segunda Guerra mundial, a Europa se viu sob duas grandes esferas de influência, os EUA e a URSS, no qual um defendia o capitalismo ocidental, e o outro defendia o comunismo soviético. Estas duas oposições ideológicas descreverão um novo contexto histórico que se inicia no século XX denominado pelos norte-americanos de “Guerra Fria”, pois consistia em um conflito indireto entre as duas novas potências mundiais.

Símbolo da ONU (Organização das Nações Unidas)